quinta-feira, 3 de setembro de 2009
terça-feira, 1 de setembro de 2009
souvenir volátil
“Tenho esse ouvido infantil que pega a larga as línguas com facilidade(...)” (trechinho de “Leite Derramado” do Chico)
Esse negócio que acontece com a minha memória deve ter uma explicação. Guardo tudo, mas não lembro. Quando revejo, relembro. Mas de que adianta relembrar só quando revê? Nesse sentido acho que ela é injusta comigo, pois se eu nunca rever será como se eu tivesse esquecido. Acho que fui eu quem a fez assim. E percebo que continuo fazendo.
Teria que viver, pelo menos, duas vezes pra lembrar da minha vida.
Teria que comer duas vezes pra lembrar o que comi.
Teria que gostar duas vezes pra lembrar que gostei.
Pra resolver isso talvez eu precise de um souvenir de cada lugar, cada coisa, cada pessoa que visse.
Quando a gente nasce não sabe usar a memória e demora para aprender. Só guardamos o que ela quer, querendo nós ou não. Um cheiro, uma voz, poucas imagens. Com o tempo a gente ensina ela e aprende a driblar, decora, anota, marca, repete trocentas e vinte nove vezes, mas se ela quiser, pode esperar que ela dá um fim naquilo.
É isso. Pronto, é isso. Não é culpa minha. É ela que some com minhas coisas. Só porque sou um pouco desorganizada ela acha que pode chegar e colocar as coisas nos lugares que acha conveniente e quando eu, pobre mortal, preciso daquilo, simplesmente não sei onde ela colocou. E fico lá a mercê de algo que surja de algum lugar e me ajude a lembrar.
Preciso de um São longuinho de memória. Aliás ele serve pra isso, não é?! Ele te força lembrar onde você mesmo colocou o que está procurando. É o pai bravo da memória. “Isso não está certo, não é bonito esconder as coisas daquele que te alimenta”.
“Tenho esse ouvido infantil que pega a larga as línguas com facilidade(...)” (trechinho de “Leite Derramado” do Chico)
Esse negócio que acontece com a minha memória deve ter uma explicação. Guardo tudo, mas não lembro. Quando revejo, relembro. Mas de que adianta relembrar só quando revê? Nesse sentido acho que ela é injusta comigo, pois se eu nunca rever será como se eu tivesse esquecido. Acho que fui eu quem a fez assim. E percebo que continuo fazendo.
Teria que viver, pelo menos, duas vezes pra lembrar da minha vida.
Teria que comer duas vezes pra lembrar o que comi.
Teria que gostar duas vezes pra lembrar que gostei.
Pra resolver isso talvez eu precise de um souvenir de cada lugar, cada coisa, cada pessoa que visse.
Quando a gente nasce não sabe usar a memória e demora para aprender. Só guardamos o que ela quer, querendo nós ou não. Um cheiro, uma voz, poucas imagens. Com o tempo a gente ensina ela e aprende a driblar, decora, anota, marca, repete trocentas e vinte nove vezes, mas se ela quiser, pode esperar que ela dá um fim naquilo.
É isso. Pronto, é isso. Não é culpa minha. É ela que some com minhas coisas. Só porque sou um pouco desorganizada ela acha que pode chegar e colocar as coisas nos lugares que acha conveniente e quando eu, pobre mortal, preciso daquilo, simplesmente não sei onde ela colocou. E fico lá a mercê de algo que surja de algum lugar e me ajude a lembrar.
Preciso de um São longuinho de memória. Aliás ele serve pra isso, não é?! Ele te força lembrar onde você mesmo colocou o que está procurando. É o pai bravo da memória. “Isso não está certo, não é bonito esconder as coisas daquele que te alimenta”.
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